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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Barco Kagwahiwa



O mês de abril do ano de 2011 foi marcado pelas ações estruturais promovidas pela Coordenação Regional do Madeira. Entre elas, está a aquisição de um barco de três andares com 23 metros de comprimento (conhecido pela comunidade amazonense como Barco Recreio).

Batizado com o nome de Kagwahiwa – referência ao conjunto de diversas etnias dentre as quais se encaixam os Parintintin, Tenharin, Uru-eu-wau-wau e outros – a embarcação foi adquirida com a finalidade de dar suporte às atividades relacionadas ao etnodesenvolvimento e ao monitoramento territorial das comunidades dentro da jurisdição da CR Madeira.



Como o acesso de diversas aldeias aos centros urbanos ocorre exclusivamente por via fluvial, o barco promoverá um considerável incremento na qualidade de vida das pessoas que serão atendidas, inclusive facilitará o trabalho de servidores e colaboradores da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

O objetivo, a princípio, é realizar viagens programadas às aldeias para transportar os indígenas até os centros das cidades de Humaitá e Manicoré, ambas localizadas no estado do Amazonas. Os interessados poderão resolver assuntos referentes: (i) aos benefícios como salário-maternidade, aposentadoria e pensão; (ii) tratamentos e consultas médicas; (iii) transporte de mercadorias oriundos da produção familiar; (iv) entre outros que contribuam para o fortalecimento do quadro econômico, étnico e social dos povos indígenas daquela localidade.

O Kagwahiwa viabilizará, ainda, os trabalhos de fiscalização ao longo dos rios Ipixuna, Marmelos e Maici, onde se concentram mais de vinte aldeias em quatro terras indígenas registradas e uma em fase de estudo. Assegurando que invasores em busca de madeira, garimpo, caça e pesca e outros tipos de atividades ilegais sejam desencorajados e punidos.


Além disso, outros projetos, antes limitados pelo difícil acesso, podem agora ser implantados e outros mais audaciosos podem ser planejados para melhorar ainda mais a qualidade de vida de toda a comunidade. O primeiro deles já ocorreu com o suporte da embarcação, trata-se do Curso de Melhoria da Qualidade da Farinha de Mandioca, ministrado pelos técnicos do IDAM e oferecido aos moradores da jurisdição da CTL Auxiliadora.

O uso adequado e que leve a cabo os objetivos apresentados requer muita dedicação por parte dos servidores e parceiros da FUNAI, além da colaboração das comunidades. Os problemas são inerentes à empreitada e o desafio é, por demais, grandioso. Entretanto, esperamos que os frutos colhidos sejam proporcionais.

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