O dia 19 de abril é marcado no calendário brasileiro e de diversos países do continente americano como Dia do Índio. A data foi criada em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas.
No ano de 1940, foi realizado no México, o I Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.
No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio. [Fonte: Site Sua Pesquisa]
Neste ano de 2011, a Coordenação Regional do Madeira preparou diversas ações para registrar a data. Pela manhã, o coordenador, Valmir Parintintin, participou de uma mesa redonda para discutir os desafios enfrentados e as soluções em curso da questão indígena. À noite, um grupo da etnia Parintintin se apresentou na praça da cidade de Humaitá - AM para mostrar canções e danças culturais. E durante todo o dia, foram realizadas ações sociais de registro civil e indígena, além da emissão de carteira de identidade.
A mesa redonda aconteceu no auditório da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Estavam presentes os representantes da UFAM, CR Madeira (Coordenação Regional do Madeira/FUNAI), FPE Madeira (Frente de Proteção Etnoambiental/FUNAI), APIJ (Associação dos Povos Indígenas Jiahui), OPIPAM (Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas, SEMED (Secretaria Municipal de Educação de Humaitá – AM), Prefeitura de Humaitá e o representante do povo Tenharin.
Cada representante expôs em suas falas as dificuldades enfrentadas e as possíveis soluções para que a condição de vida da comunidade indígena da região melhore. Os representantes da UFAM destacaram a mistificação da questão indígena, apontando uma ineficiente educação e conscientização da sociedade para o trato com o índio. Os representantes da FUNAI apresentaram os trabalhos da fundação na região e os seus resultados. E os representantes indígenas expuseram as dificuldades que o povo enfrenta no dia-a-dia.
Os universitários presentes puderam, também, acompanhar o debate e participar elaborando perguntas para as autoridades presentes. Perguntas essas bem embasadas aproveitando o momento único de questionarem, colocando sociedade (representada por jovens estudantes) e autoridades governamentais em um mesmo patamar de discussão.
Durante o período da manhã e da tarde, as equipes da FUNAI, SSP-AM e os Cartórios de 1° e 2° Ofício de Humaitá realizaram na praça da cidade ações de registro civil e indígena, além da expedição de carteira de identidade. Tendo em vista a carência de documentação da região, ribeirinhos puderam também ser atendidos na emissão de registro civil de nascimento e carteira de identidade.
No final do dia, um grupo composto por indíos da etnia Parintintin apresentaram danças e canções de seu povo para as pessoas na mesma praça. Lá, a população presente pôde presenciar um pouco das atividades culturais desenvolvidas pelo grupo. A oportunidade foi utilizada para que lideranças e representantes da FUNAI pudessem discursar para o público presente.
Essas ações brindaram o final das duas semanas de intensas atividades da Coordenação Regional do Madeira/FUNAI, que acredita que não há muito o que se comemorar, mas que o lamento não permita que deixemos de trabalhar.
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