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terça-feira, 22 de março de 2011

Turismo Indígena

Há algum tempo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) vêm estudando alternativas econômicas viáveis para que as comunidades indígenas explorem economicamente a região. Essa é a visão amparada pelos traços legais que definem o papel da Fundação como protetora dos interesses indígenas sem que esta interfira nas decisões dos próprios interessados.

Não é mais a hora de a sociedade e organizações que dizem ser favoráveis a proteção do índio ignorarem a realidade capitalista em que vivemos. Infelizmente, o Estado não é capaz de suprir todas as necessidades da comunidade e elas buscam alternativas não apenas para sobreviver, mas para poderem prosperar.

A FUNAI está empenhada em apoiar as atividades produtivas e capacitar às famílias, para que os frutos de seu trabalho sejam suficientes para que um novo ciclo de produção inicie e reduza a dependência das comunidades dos recursos oriundos da Fundação.

São alternativas como as que vêm ocorrendo nas aldeias do povo Tenharin, localizados no município de Humaitá – AM, que revela a capacidade de articulação das lideranças no sentido de implantar o turismo em terras indígenas.

(Reunião na aldeia Marmelos) 

Segundo a entrevista do Coordenador da Regional do Madeira, o senhor Valmir Parintintin, ao jornal eletrônico eBand: “Esse projeto se iniciou com a própria comunidade, junto com empresas de turismo”. Ele ainda completa dizendo: “Esse dinheiro não passa pela FUNAI, vai direto para a aldeia, que decide como investir. A FUNAI acompanha fazendo mais a proteção da terra indígena, olhando se não estão jogando lixo no rio, se não estão fazendo algo além da pesca esportiva. O órgão acompanha de perto para ver se tem esse controle”.

Na oportunidade em que falou para o jornal eletrônico R7, Valmir ressaltou a importância da iniciativa: “Em muitos lugares, em que não há alternativa, os indígenas se misturam com os madeireiros e com garimpeiros, explorando madeira e criando garimpos ilegalmente. Acaba um monte de índios respondendo a processos e as terras devastadas. Já o turismo é viável, é uma atividade legal, que não degrada”.

(Lideranças debatendo o tema)

A preocupação com as consequências da abertura das terras indígenas às atividades turísticas é totalmente válida. Primeiramente é necessário atenção com os impactos dessa indústria nas relações sociais da comunidade e em segundo lugar, nos impactos ambientais dessa atividade.

Quanto à primeira, a FUNAI está em permanente debate e estudos para avaliar esses riscos, como e quais ações a serem adotadas a fim de anular esses efeitos. De outra parte, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) trabalha nos estudos de viabilidade do projeto e também acompanhará as atividades para reduzir os impactos ambientais na região.

(Representante do IBAMA)

Nas terras indígenas Tenharin, a comunidade já possui um trabalho com empresas de turismo, a FUNAI e o IBAMA estudam os impactos, danos e benefícios obtidos. No dia 18 de fevereiro de 2011, foi realizada uma reunião na aldeia Marmelos (pertencente da Terra Indígena Tenharin Marmelos), onde estavam presentes lideranças indígenas, o assessor da presidência da FUNAI, Aluisio Azanha e o representante do IBAMA.

Na ocasião, o representante do IBAMA revelou que os estudos de viabilidade ambiental estão em progresso, mas que os primeiros levantamentos sinalizam positivamente para o projeto. Já Aluisio Azanha informou que aguarda a portaria da presidência autorizando o projeto piloto ainda para o ano de 2011. Assim, a iniciativa da comunidade está a um passo de torna-se totalmente regulamentada.

(Entrega dos estudos)

Ainda é muito cedo para avaliar todos os efeitos desse projeto, principalmente aqueles referentes aos benefícios da comunidade. Entretanto, a voz dos indígenas foi ouvida e eles mostraram que são capazes de iniciativas próprias.

Leia a matéria sobre o turismo indígena nos sites:

eBand

R7
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