Com o decreto de reestruturação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), 36 unidades administrativas foram criadas com autonomia para resolver os problemas regionais, respeitando assim, as diferentes realidades das comunidades indígenas no país.
As coordenações regionais (CR’s), por sua vez, não estão submetidas a um aspecto distanciador, como acreditam alguns. Apesar da extinção dos antigos postos indígenas, as CR’s hoje contam nesta nova estrutura com as coordenações técnicas locais (CTL’s).
Diferentemente dos chefes de posto, os chefes de CTL’s são dotados de autonomia para atuar em áreas determinadas, mais próximos da comunidade. A grande conquista das CTL’s foi a melhor articulação entre chefe de CTL e coordenador regional. Além disso, o caráter das CTL’s passou, entre outras coisas, a ser técnico. Onde as unidades passam a produzir relatórios, projetos e programações orçamentárias.
Assim, o chefe de CTL precisa conhecer a realidade indígena e ter a competência para produzir meios eficientes para a sustentabilidade de toda a comunidade sob sua jurisdição.
Hoje, na estrutura Coordenação Regional do Madeira (CR Madeira), existem quatro CTL’s: (1) Alto Madeira; (2) Auxiliadora; (3) Pirahã e; (4) Transamazônica. Cada uma revela um grupo de pessoas com características singulares e que, portanto, necessitam de análises diferenciadas.
A CTL Auxiliadora foi a última a ser criada, onde assumiu o cargo de coordenador o senhor Aurélio Tenharin, em 23 de agosto de 2010. Aurélio é indígena, assim com outros coordenadores locais e o próprio coordenador regional, e sempre esteve à frente de movimentos indígenas e em setores ligados à saúde indígena.
Em setembro de 2010, Aurélio Tenharin apresentou-se para os moradores das aldeias que estariam sob sua jurisdição. A CTL Auxiliadora abrange nove aldeias (Baixo Grande. Canavial, Estirão Grande, Fortaleza, Panorama, Pau Queimado, São José e São Raimundo) em três terras indígenas regularizadas (Ipixuna, Sepoti e Torá) e uma em estudo (Baixo Grande).
Em visita as comunidades, Aurélio observou a ausência do poder público na região. Esperançosa, a comunidade espera que a criação da CTL possa trazer benefícios e facilitar a vida dos moradores.
Por outro lado, o coordenador defende que as mudanças na região ocorrerão, porém, as metas serão atingidas em longo prazo e com a colaboração de lideranças indígenas, comunidade e a própria FUNAI.
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